2006 | Estratégia nº 1: entre

A trilogia “Vida real em 3 capítulos” é composta de três obras autônomas: a performance solo “Estratégia nº 1: entre”, o espetáculo “Manual de Instruções” e a instalação “Eu é um Outro.” Parte do desejo de investigar possíveis conexões e confrontos entre a vida e a cena, entre a construção de identidade e o olhar do Outro. “Vida real em 3 capítulos” se insere no conjunto de questões caras ao trabalho de Dani Lima, como o desenvolvimento de uma poética do corpo cotidiano, o resgate das pequenas memórias esquecidas e o cultivo de estratégias de uma possível “utopia da proximidade”.

Um encontro íntimo entre apenas duas pessoas, um espectador e um performer. Não é exatamente uma apresentação para alguém, mas um encontro, um lugar de intimidade. Duas pessoas produzem uma experiência sensível que levanta questões de identidade e alteridade, do quanto somos estruturados a partir do confronto com o outro. 

Esta performance foi gerada durante inúmeras residências artísticas de Dani Lima entre 2004 e 2006. Participou como trabalho em processo do Programa de Residências do Festival 4 Days in Motion, em Praga (em cooperação com The Theatre Institute Prague and Studio Kokovice 4, Czech Republic, em maio de 2005). Integrou o projeto Encontros 2005-2006, uma produção Alkantara (Lisboa) e Panorama Rio Dança, com o apoio da European Cultural Foundation e Instituto Telemar

concepção: Dani Lima
dramaturgia: Marcela Levi e Sodja Lotker
performers: André Masseno, Dani Lima, Felipe Rocha e Vivian Miller
fotos: Dani LIma, Mauro Kury, Mônica Burity
vídeo: Monica Prinzac

“Para quem acompanha a trajetória de Dani Lima não é difícil perceber a recorrência de algumas inquietações em seu trabalho. Em “Vida Real em 3 capítulos” duas de suas marcas surgem ampliadas. Uma como objeto de pesquisa e a outra como postura de artista diante do mundo. A identidade como construção que se dá a partir do olhar do outro sai da experiência individual de “Estratégia nº 1: entre” e se torna coletiva em “Manual de Instruções”, enquanto o desejo de propor perguntas no lugar de afirmações fechadas continua a impor ao espectador um lugar importante neste jogo. Em Vida Real em 3 capítulos, a identidade se dá no plural, no cruzamento das narrativas coletivas e pessoais, nas memórias íntimas, nas histórias herdadas, nas possibilidades de ação quando já se sabe que o terreno a ser ocupado não está vazio.”
Silvia Soter