Projeto em parceria com a cineasta Paola Barreto e com uma equipe de cerca de 20 artistas e técnicos, que pretende lançar um olhar atento sobre o Largo do Machado, sua arquitetura e seu paisagismo, seus frequentadores, seu cotidiano, suas memórias passadas e presentes, e contribuir para uma redescoberta do potencial poético do espaço público. Afirmar a rua como espaço de experimentação, valorizando a experiência cotidiana e a construção do comum e da comunidade como potência poética.
Uma composição em tempo real, na qual os performers seguem uma série de diagramas de movimentação, previamente ensaiados, mas compõem somente no instante da apresentação uma partitura coletiva, em interação com os pedestres, a arquitetura e as situações imprevisíveis do momento. Os movimentos resgatam ações ordinárias, como o gestual urbano cotidiano e os fluxos de tempo dos pedestres, de forma que os bailarinos misturam-se aos “ocupantes” da praça, confundindo a distinção entre quem está ‘atuando’ e quem está ‘vivendo’. As intervenções performáticas foram gravadas diariamente durante 2 meses, constituindo um imenso banco de imagens do cotidiano do bairro. Foram adicionadas à imagens transmitidas em tempo real para o Instituto Oi futuro e todo material foi editado, sonorizado e projetado em uma performance de “cinema ao vivo”, simultânea à performance da praça. O público podia escolher a forma de assistir ao espetáculo: na praça, ao nível do chão, entre os performers; no Oi Futuro, vendo a mixagem ao vivo das imagens e sons; na torre da Igreja, com binóculos e mp3, escolhendo seus próprios enquadramentos, ou pelo streaming via internet.